segunda-feira, 28 de novembro de 2011

As artes como ferramenta de liberação das Mulheres - Por * Graciela Scandurra


UMA VIDA SEM VIOLÊNCIA É UM DIREITO DAS MULHERES (parte do manifesto da UBM)dentro da Campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres no Brasil, realizada entre os períodos de 20 de novembro a 10 de dezembro, dá visibilidade às diferentes formas de violência, ainda presentes no cotidiano de muitas mulheres. Foi realizada ontem Palestra e oficina com Graciela Scandurra e as artes: literatura, artes visuais, música e outras expressões para a partir de ali ter um olhar diferente...utilizando as artes como ferramenta para a emancipação.

na foto: exposição da criação d@s participantes.

*Graciela Scandurra: é integrante da União Brasileira de Mulheres desde 2003.
esta experiência foi realizada no Auditório do Hospital Infantil Waldemar Monastier, Rua XV de Novembro, 3701 - Bom Jesus, Campo Largo – PR ( Serviço Social)

sábado, 26 de novembro de 2011

Manifesto da UBM pelo fim da violência contra mulheres e meninas

A União Brasileira de Mulheres (UBM) - por seu histórico de lutas em defesa dos direitos e emancipação da mulher - reafirma seu compromisso com a defesa dos direitos humanos das mulheres como instrumento da construção de um mundo justo, fraterno e solidário neste 25 de novembro, o qual marca os 30 anos do Dia Internacional de Combate à Violência contra as Mulheres.

Por que lembrar essa data?

O dia 25 de novembro faz parte do calendário de lutas do movimento de mulheres e foi definido no I Encontro Feminista Latino-Americano e do Caribe, realizado em 1981, em Bogotá, Colômbia. Em todo o mundo o combate à violência contra a mulher se constituiu em uma preocupação fundamental dos movimentos sociais, principalmente assumido pelo movimento feminista e de mulheres em meados da década de 1970.

Uma vida sem violência é um direito das mulheres

A Campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres no Brasil, realizada entre os períodos de 20 de novembro a 10 de dezembro, dá visibilidade às diferentes formas de violência, ainda presentes no cotidiano de muitas mulheres, com a finalidade de sensibilizar a sociedade e cobrar do Estado o seu enfrentamento, que só se dará com a implantação de políticas públicas.

Uma realidade que preocupa

Temos o direito humano a uma vida sem violência. Por isso é que quando se materializa a violência contra a mulher, principalmente a violência doméstica, todo mundo perde. Por isso, o enfrentamento tem que combinar uma discussão ampla, que nos permita desvendar e desconstruir as amarras da cultura milenar que estruturou e consolidou as desigualdades de gênero.

Devemos nos informar cada vez mais, pois a percepção social da violência está mudando; precisamos cada vez mais trazer o que está na lei para a vida das mulheres.

Pela efetivação das políticas públicas

O silêncio é cúmplice da violência e pai da impunidade. Por isso mesmo, é fundamental que toda sociedade denuncie a violência contra as mulheres e meninas que ainda ocorre em silêncio em tantos lares e no conjunto da sociedade.

Exigimos das autoridades a ampliação das políticas públicas para por fim à violência contra as mulheres e meninas, com as casas abrigo, as delegacias da mulher e o encaminhamento das demais medidas protetivas e de atendimento previstas em lei tanto para as mulheres, como também para os agressores.

Dados sobre a violência doméstica

Em pesquisa da AVON/IPSOS, 59% dos entrevistados declararam conhecer alguma mulher que já sofreu agressão (65% das mulheres e 53% dos homens). Desses 59%, 63% fizeram algo para ajudar, sendo que as mulheres entrevistadas foram mais proativas com as vítimas. 44% conversaram com elas, 28% orientaram a buscar ajuda jurídica ou policial/serviço de ajuda especializado. Seis em cada dez entrevistados conhecem alguma mulher que sofreu violência doméstica.

Pela completa aplicação da Lei Maria da Penha

Vivemos num país patriarcal e machista, onde a violência contra as mulheres e meninas ainda é naturalizada. Temos de reagir a isso. A mulher precisa confiar que pode mudar essa realidade. Há poucos anos atrás os casos de violência passavam despercebidos. Hoje, as pessoas têm auxiliado as mulheres a procurar apoio. A existência da Lei "desnaturaliza" a violência e, com isso, as pessoas se tornam mais ativas ajudando as mulheres a pedir proteção.

A Lei Maria da Penha é um instrumento na luta pelo fim da violência contra as mulheres. Precisamos estar vigilantes a sua efetiva aplicação para que aumente o número de juizados especializados e de serviços de atendimento às vítimas em agressores, pois sem isso, contamos apenas com a parte repressiva da lei e isso não é suficiente para garantir a integridade e dignidade das vítimas.

Ainda segundo pesquisa da Avon, 94% afirmam conhecer a lei, mas apenas 13% a conhecem muito bem. A maioria das pessoas (60%) pensa que, como consequência do acionamento da lei, o agressor vai preso. Contudo é preciso que as mulheres confiem nessa lei o que não vem ocorrendo devido á falta de estrutura para sua correta aplicação, precisamos mudar essa realidade, pois superar a violência contra a mulher passa por radicalizar o acesso a políticas de prevenção e de coibição da mesma.

Ligue 180

Dados da Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180 –, da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), Em cinco anos, o serviço recebeu quase dois milhões de ligações. Segundo dados do governo federal, 40% das vítimas que fazem a denúncia convivem com o agressor há mais de dez anos.



segunda-feira, 21 de novembro de 2011

A UBM PR Apoia e Convida

CONVITE

A União Brasileira de Mulheres (UBM) com o apoio do Departamento de Ouvidoria Geral do Sistema Único de Saúde (SUS/DOGES) e o Departamento de Apoio à Gestão Participativa tem o prazer de convidá-la (lo) para a Oficina “Ouvir a Mulher, um novo significado à participação”, que se realizará no dia 23 de novembro do corrente das 9 às 17hs no auditório da Secretaria de Estado da Saúde, na Rua Piquiri 170 – Rebouças – Curitiba - Paraná.

Contamos com sua presença,
 
Apoio: Secretaria de Estado da Saúde do Paraná,

Departamento de Ouvidoria Geral do Sistema Único de Saúde (SUS/DOGES)

Departamento de Apoio à Gestão Participativa (SUS/DAGEP)

Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba


Solicitamos confirmar presença pelos emails:
mtskbarbosa@gmail.com, ubmcuritiba@gmail.com

Programação

Dia 23 de Novembro

Manhã

8:30 horas - Abertura
9:00 horas - Apresentação e esclarecimentos sobre o projeto parceria – DAGEP/DOGES/UBM
10:00 às 12:00 horas – O que é Ouvidoria SUS;Gestão Participativa do SUS e Controle Social; Ouvidoria Estadual do SUS – SESA/PR; Ouvidoria de Saúde da SMS de Curitiba; DOGES; DAGEP
12:00 horas – Almoço
14:00 horas – Apresentação da Política de Atenção à Saúde da Mulher no Paraná e em Curitiba
15:00 horas – Discussão
16:00 Apresentação da UBM/Curitiba – Organização e ações em Saúde da Mulher
17:00 horas - Encerramento

sábado, 19 de novembro de 2011

Dilma: "pobreza no Brasil tem face negra e feminina"

A presidente Dilma Rousseff disse neste sábado (19) que "a pobreza no Brasil tem face negra e feminina". Daí a necessidade de reforçar as políticas públicas de inclusão e as ações de saúde da mulher, destacou, ao encerrar, em Salvador, o Encontro Ibero-Americano de Alto Nível, em comemoração ao Ano Internacional dos Afrodescendentes.

Em discurso, ela explicou por que as políticas de transferência de renda têm foco nas mulheres, e não nos homens: elas "são incapazes de receber os rendimentos e gastar no bar da esquina". Dilma destacou que, nos últimos anos, inverteu-se uma situação que perdurava no país, quando negros, índios e pobres corriam atrás do Estado em busca de assistência. Agora, o Estado é que vai em busca dessas populações, declarou.

Ao defender a necessidade de ações de combate à pobreza, a presidente citou o Programa Brasil sem Miséria, cujo objetivo é retirar 16 milhões de pessoas da pobreza extrema. No discurso, ela destacou ainda a criação da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), em 2003, e a aprovação do Estatuto da Igualdade Racial, no ano passado, além da obrigatoriedade do ensino da história afrobrasileira nas escolas.

Dilma apontou também o fato de a data do evento coincidir com a da morte do líder negro Zumbi dos Palmares, com o Dia Nacional da Consciência Negra, a ser comemorado amanhã (20), e com os 123 anos do fim institucional da escravidão no país.

Nestes 123 anos, disse a presidente, "sofremos as consequências dramáticas da escravidão" e foi preciso combater uma delas, a sistemática desvalorização do trabalho escravo, que resultou na desvalorização de qualquer tipo de trabalho no país. A característica mais marcante da herança da escravidão foi a invisibilidade dos mais pobres, enfrentada nos últimos anos a partir da certeza de que o crescimento do país só seria possível com distribuição de renda e inclusão social, acrescentou Dilma.

Para a presidente, existe, no entanto, uma "boa herança" da escravidão, que é o fato de milhões e milhões de negros terem construído ao longo dos anos a nacionalidade brasileira, junto com as populações indígenas, europeias e asiáticas. Segundo Dilma, essa "biodiversidade" cultural é uma das maiores riquezas do país, uma grande contribuição para o mundo, especialmente quando ressurgem em várias países preconceitos contra imigrantes.

Ela ressaltou que, embora o Brasil tenha a segunda maior população negra do mundo, atrás apenas da Nigéria, a discriminação persiste: os afrodescendentes são os que mais sofrem com a pobreza e o desemprego.

No discurso, além de lembrar o papel central do Continente Africano na política externa brasileira, Dilma enfatizou o fato de a América do Sul ser um dos continentes que mais crescem, apesar da crise financeira que começou em 2008. De acordo com a presidente, a adoção de políticas desenvolvimento do mercado interno pelos países sul-americanos tem sido uma barreira contra os efeitos da crise.



terça-feira, 8 de novembro de 2011

Deputada Estadual Luciana Rafagnin apoia luta da UBM e homenageia Rachel


Ontem, militantes da UBM, participaram de ato na Assembleia Legislativa para marcar os três anos do cruel assassinato da menina Raquel Genofre. A manifestação contou com o apoio da Deputada Estadual do PT Luciana Rafagnin que utilizou a Tribuna para exigir mais empenho das autoridades para que o assassino seja preso e registrou a trajetória da União Brasileira de Mulheres na defesa dos direitos humanos e na luta contra a violência doméstica e familiar. Além da presença da mãe da menina Maria Cristina Lobo estavam ainda dirigentes da UBM – Pr, a Vice- coordenadora da Entidade no Estado, Carol Lobo que também é tia de Raquel e a coordenadora nacional Elza Maria Campos.

Apoiaram o ato várias lideranças do movimento social como, a diretora de gênero da APP/Sindicato, a representante do Espaço Mulher, Maria Celi Albuquerque, a presidente da Associação Paranaense dos Agentes Comunitários.

A deputada Luciana, em pronunciamento afirma que a luta por direitos das mulheres e meninas tem avançado ao longo dos tempos. Com a organização social as mulheres conquistaram posições, leis, direitos, e tem se colocado de maneira fundamental na construção da nossa sociedade.

Mas, mesmo com os avanços, por exemplo da Lei Maria da Penha, ainda hoje, a mulher é vítima de violência e de toda forma de opressão. Existe a violência mais aparente, a da agressão física, aquela em que por vezes infelizmente é capa dos jornais, mas acontece a violência simbólica, a opressão, que muitas vivem em seus locais de trabalho, de estudo, que muitas vezes é imposta pela mídia, por salários diferentes, por preconceito de profissão, ou pelo fato de não ter direito sobre si e sobre seu corpo.

A deputada enfatiza que a UBM é uma entidade que luta por direitos, que organiza mulheres da defesa dos avanços sociais e por uma sociedade igualitária, onde mulheres e homens possam, lado a lado, construir uma sociedade diferente, justa, humana, livre de qualquer opressão.

A deputada destaca o Mapa da Violência no Brasil 2010, feito pelo Instituto Sangari, uma organização educacional, com base em dados do Sistema Único de Saúde, revela que 41.532 mulheres foram assassinadas no país, o que resultou numa média macabra de 10 brasileiras mortas por dia. O índice de 4,2 assassinadas por 100.000 habitantes coloca o Brasil acima do padrão internacional.

A violência contra as mulheres e meninas, denominada violência de gênero (violência contra a mulher na vida social privada e pública), ocorre tanto no espaço privado quanto no espaço público e pode ser cometida por familiares ou outras pessoas que vivem no mesmo domicílio (violência doméstica); ou por pessoas sem relação de parentesco e que não convivem sob o mesmo teto.

No dia 03 de novembro faz três anos que a pequena Rachel Lobo Genofre, de apenas nove anos, foi brutalmente assassinada e seu corpo, achado em uma mala, na rodoviária de Curitiba.

Há três anos a família convive com duas faces da polícia paranaense. A polícia que está lutando, com todos esforços, com toda justeza, honra e ousadia para colocar na cadeia o monstro que assassinou a menina Rachel Genofre, hoje, em consequência as investigações sobre o caso foram 17 pedófilos presos, também foi estabelecido um banco de dados de pedófilos no Sicride e um sistema de câmeras foi implantado na rodoferroviária, entre outras ações. Já são mais de 100 exames de DNA realizados, diligências em estados como Sergipe, Santa Catarina, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e São Paulo foram feitas, além do interior do estado do Paraná.

Mas, no dia 05 de novembro de 2008, quando o corpo foi encontrado na rodoviária, conhecemos outra face da polícia paranaense, o corpo da pequena Rachel, qual já tinha sido vítima de violência sexual, sadismo, espancamento e estrangulamento, foi também violado pelo procedimento negligente e despreparado da polícia paranaense. Retirado da mala na frente de todos, filmado, fotografado, como um pedaço de carne, exposto, ferindo qualquer dignidade e direitos que tem o Ser Humano, ainda criança, de respeito e preservação. Como se não bastasse, as provas do crime foram perdidas, jogadas na lata do lixo, como o saco azul em que o corpo estava envolto, ou a faca que o fiscal usou para abrir a mala. Uma sucessão de crimes, de despreparo e de negligência. A pequena Rachel, nesse momento, foi vítima de mais violência, a institucional.

Muitas crianças vivem em seu cotidiano riscos constantes, violências e opressão. Muitas vezes das pessoas que deviam protegê-las.

Para nós a perda da Rachel foi uma grande tragédia, mas para a sociedade deve ser um alerta! Nossas crianças são responsabilidades de todas e todos, a construção de um futuro novo. Para tanto, a luta e a defesa das políticas públicas é constante nas lutas da Entidade que exigem mais rigor e mais recursos para a efetivação dos direitos sociais e humanos das mulheres e meninas.

O exemplo da Rachel só nos trás uma certeza, que necessitamos de uma sociedade diferente para que nossos pequenos possam crescer saudáveis e livres. Precisamos mudar a realidade, o silêncio e a impunidade são cúmplices da violência.

As nossas meninas e meninos tem o direito de um mundo melhor, justo, humano e fraterno, cabe a nós transformá-lo.

POR UM MUNDO DE IGUALDADE, CONTRA TODA OPRESSÃO!!!

Abaixo a redação de Raquel Genofre premiada em Curitiba.

Minha Família tem cada História

*Rachel Genofre

Vou te contar a minha história, a história da minha família. Minha família começou em Paranaguá com os tupis-guarani, eu acho! Meus antepassados tinham culturas diferentes da nossa cultura de hoje.

Muitos morreram ou foram se espalhando pelo mundo, indo de geração em geração até chegar em mim.

Hoje existem muitos de minha família no país inteiro ou só no Paraná, não sei. Só sei que quero meus próximos parentes tenham o mesmo orgulho de ser INDÍO!

Fazemos o melhor para o mundo

Unidos

Trabalhamos

Unidos

Reformando

O mundo

Viva a família!
Sou Rachel Maria, essa é a minha história, qual é a sua?

*Rachel, com 9 anos recebeu premio de primeiro lugar com a redação na biblioteca pública do estado.

A Campanha: Pelo fim da violência contra mulheres e meninas é promovida pela União Brasileira de Mulheres desde 2009, está em seu terceiro ano, sempre contando com apoios importantes, como desse ano com o da deputada Luciana Rafagnin, mas sobretudo da sociedade Paranaense que tem um olhar sensível e atento a questão e clama por justiça.








sexta-feira, 4 de novembro de 2011

CONVITE

Segunda feira, dia 7 de novembro, a deputada estadual Luciana Rafagnin irá fazer um pronunciamento, a pedido da UBM PR e da família sobre o caso Rachel. Será às 14:30h, vamos cobrar mais segurança e políticas públicas para as nossas crianças e fortalecer a campanha da UBM PR: "Pelo fim da violência contra mulheres e meninas: por mim, por nós e pelas outras".


Investigação do caso da menina Rachel completa três anos sem pistas sobre o assassino


No dia 03 de novembro a família faz missa para rememorar a data; no dia 07, a deputada estadual Luciana Rafagnin (PT) realizará na Assembleia Legislativa do Paraná pronunciamento sobre o caso

Nesta quinta-feira (03), o assassinato brutal da menina Rachel Maria Lobo Oliveira Genofre, de 9 anos, completa três anos. Em 2008, o corpo dela foi encontrado dentro de uma mala, na rodoviária de Curitiba. Segundo a polícia, havia sinais de estrangulamento e violência sexual.

Segundo a tia de Rachel, Maria Carolina Lobo Oliveira, durante esses anos a investigação foi incansável. As denúncias foram apuradas, os indícios averiguados, no entanto, afirma que o problema não está na investigação, mas na negligência quando da descoberta do corpo. “A questão central é a perda de todas as pistas do crime. O saco em que o corpo estava envolto foi jogado no lixo, a mala passou de mão em mão. Foram tantos os erros cometidos que não dá para considerar incompetência e sim negligência dos policiais envolvidos, isso dificulta – e muito – na busca de uma solução. Conquistamos um investigador exclusivo para o caso. O começo foi muito errado”, relembra Carol.

Mobilização - No próximo dia 07 de novembro, às 14 horas, a deputada estadual Luciana Rafagnin fará um pronunciamento na Assembleia Legislativa do Paraná. A atividade será em apoio à campanha "Pelo fim da violência contra mulheres e meninas: Por mim, por nós e pelas outras", da União Brasileira de Mulheres – seção Paraná (UBM-PR). O objetivo é reivindicar políticas públicas para combater a violência contra as crianças e para que o Estado ampare as famílias vítimas da violência urbana. A UBM-PR também fará outras ações. “Estamos organizando uma audiência com o secretário de Segurança Pública e a secretária de Justiça. Vamos fazer ainda uma manifestação na Conferência Estadual de Política Para Mulheres, nos dias 11 e 12 de novembro, para cobrar a responsabilidade do poder público em relação a esse crime brutal”, ressalta a coordenadora estadual da UBM, Gisele Schimidt.

Caso semelhante – Gisele lembra que em agosto deste ano uma menina de 11 anos foi encontrada morta na periferia de Buenos Aires em situação semelhante à de Rachel. O corpo estava em uma mala, com claros sinais de violência, no oeste daquela capital. Para ela, crimes como esse não podem ficar impunes. “O corpo foi encontrado por uma mulher que revirava lixo e que viu o braçinho saindo da mala. Não podemos permitir que estes assassinos continuem a circular livremente pelas ruas. Precisamos mover a opinião pública e as autoridades para que haja empenho cotidiano a fim de chegar aos culpados. Não podemos passar dez anos relembrando essa barbárie”, pontua Gisele.

A tia da Rachel, Carol, reforça que a mobilização é fundamental, mas também destaca que o Estado precisa se envolver para por fim a tais atrocidades. “Na Argentina, a mobilização social foi muito diferente. A presidente do país, Cristina Kirchner, deu atenção pessoal ao caso. Ela ficou sensibilizada com tamanha covardia. No Paraná, temos uma delegada sensível às questões da família que nos permite acompanhar e contribuir. Mas há outras famílias que não tem nem satisfação da investigação do caso de seus filhos. Já ouvi relatos de mães que vieram me procurar para chorar junto, pois é o que resta. Essas famílias necessitam, além de justiça, de atenção psicológica, de assistência social, entre outras. O Estado tem de se responsabilizar, pois essas são as consequências da falta de segurança pública, da falta de políticas sociais, entre outros”, enfatiza Carol.

Lei Maria da Penha e ECA - Segundo a coordenadora nacional da UBM, Elza Campos, a entidade irá exigir mais uma vez das autoridades que crimes contra mulheres e meninas recebam uma atenção efetiva das autoridades brasileiras. “É preciso que as Políticas Públicas sejam efetivadas, como a implementação imediata da Lei Maria da Penha e o fortalecimento do Estatuto da Criança e do Adolescente, além de outras políticas públicas. Este ano, dedicado à realização da III Conferência de Políticas para as Mulheres e da avaliação do II Plano Nacional de Políticas para as Mulheres, estaremos alertas entendendo que os desafios são enormes para o movimento feminista e de mulheres. Enfrentar e superar a dominação ainda presente nas estruturas do Estado e na sociedade é tarefa central para a pavimentação de um caminho de justiça e liberdade para as mulheres”, finaliza Elza.

Missa – No dia 03 de novembro, às 19h30, haverá missa organizada pela família em homenagem à Raquel na igreja Perpétuo Socorro (Rua da Glória, próximo ao Estádio Couto Pereira).

Violência sexual – Rachel foi encontrada morta na madrugada do dia 05 de novembro de 2008 dentro de uma mala abandonada embaixo de uma das escadas do setor de transporte da rodoviária de Curitiba. O corpo, ainda com o uniforme do Instituto de Educação - colégio onde ela estudava - apresentava sinais de estrangulamento. Os médicos do Instituto Médico Legal (IML) confirmaram que a menina sofreu violência sexual.