Por email solicitei, para publicar no Blog da UBM - PR, o depoimento da Artista Plástica e Coordenadora Estadual de Cultura da UBM no Paraná Graciella Scandurra, sobre sua participação na organização da "Marcha das Vadias", que será realizada em Curitiba, no dia 16 de julho de 2011, às 11h.
O depoimento é emocionante, pois Graciella tem como história de vida, a luta vitoriosa contra a violência, e hoje estende seus esforços para que nenhuma mulher tenha a vivência dessa triste realidade. *Carol Lobo
"Na realidade não estou participando da organização, simplesmente colaborando, pois através do evento criado no face...fiquei surpresa que tinha tanto em comum os protestos e reivindicações que surgiram de Mulheres de todas as idades e muitas artistas, de dizer basta a tantas situações de violência que continuamos experimentando em todas as áreas.
Fiquei com certa alegria que esta novas mulheres não irão sofrer o que nos, porque a consciência é maior.
Pensei na minha filha que tem 19 anos e uma vida pela frente.... hoje ela consegue viajar para Buenos Aires porque tem maioria de idade, e hoje também consegue identificar a violência.
Nos fugimos da Argentina para não ser separadas, no 2003. Atravessamos, alem de muitos quilometros, muitas dificuldades mais conseguimos nos liberar da violência sofrida durante tantos anos, lá em Argentina. Ficou no caminho meu filho, pois não vimos ele durante 7 anos, toda sua adolescência. Somente consiguiu vir nos visitar no 2010.
Fomos perseguidas aqui no Brasil também e devido a todas as articulações que foram feitas a través da UBM, bem no inicio: Delegacia de Mulher, Codic, Defensoria Pública, Dr. Rodrigo Moore: advogado de São Paulo que tomou nosso caso e o-levou até ganhar os processos iniciados aqui no Brasil, em fim. Muito forte tudo.......tanto que tem acontecido em nossas vidas.
Hoje eu ainda não consigo voltar para Argentina. Ninguém da certeza da minha segurança de entrar e sair de lá livremente.
A Marcha das Vadias, sendo a nível internacional.......está dando para mi forças para continuar buscando a minha plena liberdade. Pois para o Tribunal de Justiça nro 1 de Banfield, (a quem eu denunciei muitas vezes) eu era uma VADIA para eles..., artista plástica, com meus cabelos rolados e cumpridos e que a pesar de todos os tombos que recebia, eu ficava de pé, e eles não suportavam isso, por isso queriam me destruir, porque eu quebrava todos padrões.
hoje quero a minha liberdade absoluta! e denunciar!
Porque acho que vai servir para muitas outras mulheres que não tiveram a oportunidade de fugir como nos.
Também propor que Argentina copie a Lei Maria da Penha, para ser aplicada nesse país.
Ainda continua a minha dor, diferente, cicatrizada mas está, impossível desaparecer..... mas também tenho certeza que todo isto aconteceu por algum motivo. Tenho aprendido muito nessa caminhada e hoje posso ajudar a muitas outras Mulheres para que não aconteça com elas.
Ter conhecimento que se está sofrendo violência é o primeiro passo, e depois ter a confiança que haverá justiça para parar isso, para transformar a vida, para mudar de caminho até achar o melhor para nós e nossos filhos."
um abraço
Graciela Scandurra
anexo pichada que foram feitas por o pai de meus filhos e também por o meu filho induzido pelo pai, na frente da minha casa-atelier no bairro onde eu tinha meus amigos, meus clientes, a minha vida..........eu recebia até 100 telefonemas diários, insultos, ameaças.........em fim muita coisa para contar em algumas linhas.
anexo a carta que envie aos meios de divulgação para pedir ajuda.......
isto diz no final da carta, e ainda quando leio sinto que o coração aperta.
NECESITAMOS QUE SE HAGA JUSTICIA !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
NECESITAMOS AYUDA !!!!!!!!!!!!!!!! ningem conseguiou nos ayudar
QUE SE RESPETEN LOS DERECHOS DEL NIÑO!!!!!
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Maxi, Ailén e eu na rua das flores-Curitiba onde estamos os três juntos, no verão de 2010 que veio Maxi nos visitar.
o amor prevaleceu. O encontro foi maravilhoso! |