quarta-feira, 20 de julho de 2011

UBM participa das atividades de preparação da Marcha das Margaridas 2011 - Por * Elza Campos

No dia 13 de julho, mais de 50 lideranças nacionais das trabalhadoras rurais e das entidades parceiras da Marcha das Margaridas que se mobilizam para reunir cerca de 100 mil mulheres nos dias 16 e 17 de agosto, em Brasília, participaram da entrega da pauta das Margaridas no Palácio do Planalto. Os ministros Gilberto Carvalho (Secretaria Geral da Presidência da República), Iriny Lopes (das Mulheres), Luiza de Bairros (Questão Racial), Izabele (Meio Ambiente), Afonso Florence (Questão Agrária) e Tereza Campelo (Meio Ambiente), receberam na semana passada a pauta composta de mais de cem itens que tem sido construída há quase um ano pelas representantes dos movimentos.
O presidente da CONTAG, Alberto Ercilio Broch, saudou as mulheres e destacou a importância das trabalhadoras rurais na construção da riqueza do país. A representante da Secretaria Nacional das Trabalhadoras da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Carmen Foro, apresentou as reivindicações e saudou a luta das mulheres trabalhadoras do campo e da floresta. Carmen, de forma emocionada, apresentou todas as organizações participantes da Marcha, registrando todos os eixos que constam na pauta. Também destaca que esta agenda de lutas se revela como um processo de ampliação de direitos.
 
Ela também salientou que o tema central das Margaridas de 2011, ‘Por um Desenvolvimento Sustentável com Justiça, Autonomia, Igualdade e Liberdade’, tem 158 itens. A pauta registra a luta pela democratização dos recursos naturais, pelo controle social e proteção da diversidade, terra, água, agroecologia, soberania e segurança alimentar, autonomia econômica, trabalho e renda, educação não sexista, sexualidade e violência, saúde, direitos sexuais reprodutivos e democracia, poder e participação política.

A Ministra Iriny Lopes, representando todos os ministros declarou que a Marcha será um marco dos debates das políticas públicas e da perspectiva da construção de um governo marcado pela defesa dos direitos das trabalhadoras rurais. Irany destacou que o governo de Dilma Rousseff se identifica com a maioria da população e que busca compreender a necessidade de atenção ao setor majoritário desta população que nunca tiveram direitos. Portanto, o primeiro passo para reconhecer estas desigualdades é lutar para superá-las. Revelou ainda, que a pauta trata de um modelo de desenvolvimento soberano e que as obras que o Brasil vem fazendo devem tratar das questões de gênero e raça e do desenvolvimento sustentável.

A Ministra Iriny destacou ainda que o pensamento da presidente Dilma tem que fazer a diferença e entender a violência no campo que ocorre no país. A necessidade de implantar equipamentos públicos, principalmente as creches no campo brasileiro também foi mencionada por ela. Segundo a Ministra, uma educação não sexista faz parte de um Brasil de igualdade e o Ministério da Educação (MEC) receberá esta pauta. “A Presidenta Dilma tem sensibilidade e esta reivindicação será atendida em curto, médio e longo prazo. Contamos com a lealdade e franqueza do governo”, declarou a ministra.

A ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Luiza Bairros, destacou a dimensão da luta dos movimentos sociais. Para ela, cada vez mais as reivindicações dos movimentos sociais ganham visibilidade. Destacou que a fala da Carmen Foro lembrou ainda que em 2011 foi instituído o Ano dos Afrodescendentes pela Organização das Nações Unidas (ONU) e que a SEPPIR está trabalhando com a campanha “Igualdade para Valer”.

Ela explicou que se soma a estes esforços da luta que o movimento negro vem fazendo nos últimos 40 anos, a posição do governo nos últimos 8 anos, sobretudo na implementação de políticas afirmativas no Brasil. São também mulheres negras, mulheres extrativistas que vivem e trabalham no país que estarão participando da Marcha das Margaridas 2011.

O ministro Gilberto Carvalho agradeceu a todas e reafirmou que a presidenta Dilma estará presente no ato político do dia 17 de agosto. Ao final as mulheres, com esperança no presente e futuro, cantaram a canção das Margaridas. As mulheres que estão envolvidas na discussão da Marcha das Margaridas se reuniram para organizar os preparativos do evento na segunda-feira passada (11).

A Marcha é coordenada pela CONTAG, Federação dos/as Trabalhadores/as na Agricultura (Fetag’s) e Sindicatos de Trabalhadores Rurais e conta com a participação de entidade como a UBM, Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Conselho Nacional de Saúde (CNS), Movimento da Mulher Trabalhadora Rural (MMTR), Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB), Marcha Mundial das Mulheres (MMM), - Coordenação das Organizações dos Produtores Familiares do Mercosul (Coprofam), Rede de Mulheres Rurais da América Latina e Caribe (REDELAC). Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB), dentre outros.

Ao final das atividades comemoramos esta importante batalha, principalmente quando pudemos refletir que no alojamento onde nos encontrávamos com lideranças do campo e da Floresta como Isabel Soares Lopes (Rondônia), Maria Verônica de Santana (Sergipe), Luiza (São Paulo), Sandra Socorro Goes Rodrigues (Roraima), Francisca Eunice da Silva (Amapá), Euci do Pará, (que teve de nos deixar antes do final das discussões das atividades de organização da Marcha das Margaridas, em função dos conflitos no Pará, os quais com a criação das milícias armadas pelos latifúndios ameaçam todos os dias as lideranças de trabalhadores e trabalhadoras). Realmente foi um grande aprendizado, saio revigorada e com a certeza de um futuro de liberdade para todas e todos.

*Por Elza Maria Campos, coordenadora nacional da UBM.                  


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