sábado, 13 de março de 2010

As meninas de Ibiúna


Maria do Socorro Morais (Jô Morais), Helenira Rezende de Souza Nazareth e Maria Liége Santos Rocha (na foto acima, da esquerda para a direita) foram presas em 14 de outubro de 1968 quando a repressão invadiu o 30º Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), que se realizava clandestinamente em um sítio da cidade paulista de Ibiúna. Foram presos/as 1.240 delegados/as provenientes de todo país.

Jô Moraes é hoje deputada federal pelo PCdoB de Minas Gerais. Liége Rocha coordena nacionalmente a União Brasileira de Mulheres. A também heroica Helenira, porém, não escapou à repressão da ditadura militar e foi assassinada pelo Exército na selva amazônica, quando participava da Guerrilha do Araguaia. A essas heroicas combatentes do povo brasileiro e às outras "meninas de Ibiúna" rendemos nossa comovida homenagem.

Neste centenário de comemorações do Dia Internacional da Mulher, o Centro de Documentação e Memória (CDM) da Fundação Maurício Grabois publicou em seu site parte das fichas de detenção das 151 estudantes que participaram daquele Congresso, as quais foram presas e fichadas pelo Deops. As fotos fazem parte do acervo do Arquivo Público do Estado de São Paulo. Para ver essa lista de fichas e fotos clique aqui.

Reproduzimos abaixo trecho dessa lista parcial do site da Fundação M. Grabois, com as estudantes paranaenses que foram presas naquele histórico Congresso da UNE de 1968.

Ana Maria da Costa
Filha de José Martiniano da Costa e Maria Aparecida da Costa, brasileira, natural de Siqueira Campos - PR, com 21 anos de idade, residente à Praça Rui Barbosa, 795. Estudante de Odontologia da UFPR.

Cecilia Sanchez de Cristo
Filha de Jurandir Aleixo de Cristo e Inez Sanches de Cristo, com 20 anos de idade, brasileira, natural de Rio Branco do Sul-PR, estudante de Filosofia da Universidade Católica do Paraná.

Elizabeth Franco Fortes
Filha de Otacílio Fortes e Inez Fortes, com 23 anos de idade, brasileira, natural de Quatiguá - PR, residente à Rua Rosa Saporski, 294, Mercês, Curitiba - PR, estudante de Filosofia da UFPR.

Lore Meyer
Filha de Alfred Meyer e de Olga A. Meyer, brasileira, natural de São Bento do Sul - Santa Catarina, residente à Rua Moisés Marcondes, 181, Curitiba - Paraná, estudante de Filosofia da UFPR.

Palmira Amâncio da Silva
Filha de Antonio Amâncio da Silva e Ostiniana Ribeiro da Silva, com 23 anos de idade, brasileira, natural de Marilia - SP, residente à rua Gal. Carneiro, s/no., Curitiba-PR, estudante de Economia da Universidade Católica do Paraná.

Um comentário:

SOS DIREITOS HUMANOS disse...

DENÚNCIA: SÍTIO CALDEIRÃO, O ARAGUAIA DO CEARÁ – UMA HISTÓRIA QUE NINGUÉM CONHECE PORQUE JAMAIS FOI CONTADA...



"As Vítimas do Massacre do Sítio Caldeirão
têm direito inalienável à Verdade, Memória,
História e Justiça!" Otoniel Ajala Dourado



O MASSACRE APAGADO DOS LIVROS DE HISTÓRIA


No município de CRATO, interior do CEARÁ, BRASIL, houve um crime idêntico ao do “Araguaia”, foi o MASSACRE praticado pelo Exército e Polícia Militar do Ceará em 10.05.1937, contra a comunidade de camponeses católicos do SÍTIO DA SANTA CRUZ DO DESERTO ou SÍTIO CALDEIRÃO, cujo líder religioso era o beato "JOSÉ LOURENÇO GOMES DA SILVA", paraibano de Pilões de Dentro, seguidor do padre CÍCERO ROMÃO BATISTA, encarados como “socialistas periculosos”.



O CRIME DE LESA HUMANIDADE


O crime iniciou-se com um bombardeio aéreo, e depois, no solo, os militares usando armas diversas, como metralhadoras, fuzis, revólveres, pistolas, facas e facões, assassinaram na “MATA CAVALOS”, SERRA DO CRUZEIRO, mulheres, crianças, adolescentes, idosos, doentes e todo o ser vivo que estivesse ao alcance de suas armas, agindo como juízes e algozes. Meses após, JOSÉ GERALDO DA CRUZ, ex-prefeito de Juazeiro do Norte/CE, encontrou num local da Chapada do Araripe, 16 crânios de crianças.


A AÇÃO CIVIL PÚBLICA AJUIZADA PELA SOS DIREITOS HUMANOS


Como o crime praticado pelo Exército e pela Polícia Militar do Ceará é de LESA HUMANIDADE / GENOCÍDIO é considerado IMPRESCRITÍVEL pela legislação brasileira e Acordos e Convenções internacionais, por isto a SOS DIREITOS HUMANOS, ONG com sede em Fortaleza - CE, ajuizou em 2008 uma Ação Civil Pública na Justiça Federal contra a União Federal e o Estado do Ceará, requerendo: a) que seja informada a localização da COVA COLETIVA, b) a exumação dos restos mortais, sua identificação através de DNA e enterro digno para as vítimas, c) liberação dos documentos sobre a chacina e sua inclusão na história oficial brasileira, d) indenização aos descendentes das vítimas e sobreviventes no valor de R$500 mil reais, e) outros pedidos



A EXTINÇÃO SEM JULGAMENTO DE MÉRITO DA AÇÃO


A Ação Civil Pública foi distribuída para o Juiz substituto da 1ª Vara Federal em Fortaleza/CE e depois, para a 16ª Vara Federal em Juazeiro do Norte/CE, e lá em 16.09.2009, extinta sem julgamento do mérito, a pedido do MPF.



AS RAZÕES DO RECURSO DA SOS DIREITOS HUMANOS PERANTE O TRF5


A SOS DIREITOS HUMANOS apelou para o Tribunal Regional da 5ª Região em Recife/PE, argumentando que: a) não há prescrição porque o massacre do SÍTIO CALDEIRÃO é um crime de LESA HUMANIDADE, b) os restos mortais das vítimas do SÍTIO CALDEIRÃO não desapareceram da Chapada do Araripe a exemplo da família do CZAR ROMANOV, que foi morta no ano de 1918 e a ossada encontrada nos anos de 1991 e 2007;



A SOS DIREITOS HUMANOS DENUNCIA O BRASIL PERANTE A OEA


A SOS DIREITOS HUMANOS, igualmente aos familiares das vítimas da GUERRILHA DO ARAGUAIA, denunciou no ano de 2009, o governo brasileiro na Organização dos Estados Americanos – OEA, pelo DESAPARECIMENTO FORÇADO de 1000 pessoas do SÍTIO CALDEIRÃO.


QUEM PODE ENCONTRAR A COVA COLETIVA


A “URCA” e a “UFC” com seu RADAR DE PENETRAÇÃO NO SOLO (GPR) podem localizar a cova coletiva, e por que não a procuram? Serão os fósseis de peixes do "GEOPARK ARARIPE" mais importantes que os restos mortais das vítimas do SÍTIO CALDEIRÃO?



A COMISSÃO DA VERDADE


A SOS DIREITOS HUMANOS busca apoio técnico para encontrar a COVA COLETIVA, e que o internauta divulgue a notícia em seu blog/site, bem como a envie para seus representantes no Legislativo, solicitando um pronunciamento exigindo do Governo Federal a localização da COVA COLETIVA das vítimas do SÍTIO CALDEIRÃO.


Paz e Solidariedade,



Dr. Otoniel Ajala Dourado
OAB/CE 9288 – 55 85 8613.1197
Presidente da SOS - DIREITOS HUMANOS
Membro da CDAA da OAB/CE
www.sosdireitoshumanos.org.br
sosdireitoshumanos@ig.com.br