segunda-feira, 8 de março de 2010

A primeira mulher a ganhar um Oscar de melhor direção


Na noite de ontem (7/3) deu-se a tradicional cerimônia da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos EUA, com a entrega dos prêmios Oscar. Em cerca de 80 anos de premiações da Academia em Hollywood, pela primeira vez uma mulher recebeu o Oscar de melhor direção. Kathryn Bigelow dirigiu o filme "The Hurt Locker" (designação de um período de imensa e inescapável dor física e ou emocional), que no Brasil recebeu o nome enganoso de "Guerra ao Terror".


O filme de Kathryn Bigelow mostra o cotidiano de soldados norte-americanos no Iraque invadido pelos EUA e seu drama por terem que suspeitar como inimigos, na prática, de quase todos os iraquianos com quem convivem nas ruas.


Irônico nessa premiação é o fato de uma mulher ser premiada pela direção de um filme que pode ser classificado como "de guerra" e de custos baixos de produção, enquanto seu ex-marido, o famoso cineasta James Cameron (do filme "Titanic"), não conseguiu obter o mesmo número de premiações com o paparicado, supertécnico e caríssimo "Avatar", que faz apologias ecológicas e pacifistas.


Em resenha crítica para o Portal Vermelho, o jornalista Cloves Geraldo considera "Guerra ao Terror" uma metáfora para os impasses enfrentados pelos EUA na ocupação do Iraque, ao retratar as dificuldades encontradas pelos soldados especialistas no desarme de bombas em plena zona urbana de Bagdá. As dificuldades não estão apenas em evitar que elas explodam, mas em entender o que se passa ao seu redor. Enquanto desarmam explosivos que podem levar quarteirões pelos ares, eles se veem cercados por cidadãos comuns que assistem a seu trabalho como se estivessem diante da TV. Na verdade, travam entre si um jogo de vida e morte. Os soldados ianques buscam, muitas vezes sem sucesso, identificar qual dos transeuntes iraquianos irá acionar, via controle remoto, o mecanismo que tornará sua tarefa inglória. Pois a brava resistência iraquiana à invasão americana modifica sua ação a cada instante e seus militantes são na verdade cidadãos comuns vistos nos prédios, nas feiras e nas ruas congestionadas.


Para saber mais sobre o filme, clique aqui para ler na íntegra a resenha de Cloves Geraldo. E aqui uma crítica da Revista Piauí.
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Crédito da foto: The New York Times

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