sábado, 10 de dezembro de 2011

UBM-PR acompanha o caso da menina de 9 anos desaparecida em Cambé

*Por Dea Rosedo

A menina Josiane Pereira de Moraes, de apenas 9 anos, desapareceu na tarde do dia 03 de dezembro após uma festa religiosa que acontecia no Jardim Ana Eliza 3, em Cambé (16 km de Londrina). Até a última quarta-feira (7), a Polícia Civil estava sem informações sobre o paradeiro da mesma. A União Brasileira de Mulheres – seção Paraná (UBM-PR), que acompanha a investigação sobre o assassino da menina Rachel Maria Lobo Oliveira Genofre, de 9 anos, que, em 2008, foi encontrado morta dentro de uma mala na rodoviária de Curitiba, entrou em contato com a família e, de forma solidária, tem realizado ações para avançar na busca de Josiane.

Segundo vice-coordenadora da UBM-PR, Carol Lobo, que também é tia da menina Rachel, os familiares disseram que a polícia de Cambe afirmou que nada poderia fazer na noite do desaparecimento. “Disseram para a família esperar 24 horas. No entanto, na manhã seguinte, a família retornou e a polícia se negou a fazer um Boletim de Ocorrência, tentando criminalizar a família, afirmando que a mesma não fez a denúncia. É preciso entender que essa criança pode estar nas mãos de qualquer um, estar vivendo os maiores horrores, ou pode já estar até morta. O fato é que precisamos nos mobilizar para que a polícia cumpra o seu papel”, ressaltou Carol.

Ações da UBM – Nesta sexta-feira (09), Carol foi ao Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas (Sicride). Em conversa com a delegada,Daniele Seriguelli, esta garantiu que já estava enviando uma equipe especializada para Londrina para investigar o caso. As informações sobre o desaparecimento já estão no site do Sicride e cartazes com a foto e dados sobre Joseane estavam sob a mesa da delegada. “Procuramos também a imprensa, que está fazendo um levantamento do caso. O que me admira é o descaso sobre a violência contra a criança. Todas as tentativas de auxílio, orientação e ação foram frustradas frente à polícia de Cambé. Se a família não tivesse apoio de amigos nunca saberíamos. E o caso de Joseane, apenas engordaria a estatística. O retrato falado dessas duas mulheres precisa ser divulgado para que a população possa ajudar com denúncias”, enfatizou.

Campanha - A campanha "Pelo fim da violência contra mulheres e meninas: Por mim, por nós e pelas outras", da União Brasileira de Mulheres – seção Paraná (UBM-PR) tem o objetivo é reivindicar políticas públicas para combater a violência contra as crianças e para que o Estado ampare as famílias vítimas da violência urbana. Em relação ao caso de Rachel Genofre, cobra a responsabilidade do poder público em relação a esse crime brutal e emprenho cotidiano das autoridades para punição do assassino. “As famílias dessas vítimas necessitam, além de justiça, de atenção psicológica, de assistência social, amparo. Não é possível que tenham que se implorar para que a polícia cumpra o seu serviço. Não dá ficar olhando para o relógio. É preciso ação imediata. A prioridade deve ser total e todos os recursos devem ser usados na busca. A UBM irá cobrar da polícia o seu papel, o Estado não estará isento da investigação sobre o paradeiro da menina. A mobilização de todos os setores da sociedade é fundamental; estamos solidários à família e lutaremos até o fim ”, enfatizou a coordenadora da UBM-PR, Gisele Schimid.

Lei Maria da Penha e ECA - Segundo a coordenadora nacional da UBM, Elza Campos, a entidade irá exigir mais uma vez das autoridades que crimes contra mulheres e meninas recebam uma atenção efetiva das autoridades brasileiras. Para ela é preciso avançar na implementação imediata da Lei Maria da Penha, no fortalecimento do Estatuto da Criança e do Adolescente e demais políticas públicas para assegurar que as violências de gênero sejam coibidas.
 
Sobre o caso - Os pais fizeram uma busca no bairro e na região para ver se encontravam Josiane, mas as tentativas foram sem sucesso. Apenas um menino que participava da festa da igreja disse que viu a garota com duas mulheres altas. Porém, ele não soube informar para onde elas teriam ido. Na segunda-feira (5), os pais retornaram e comunicaram as autoridades policiais.

Quem souber do paradeiro da menina pode ligar para os telefones: (43) 8439-4199 e 3343-4042.

Mais informações:
União Brasileira de Mulheres: com Elza Campos (coordenadora nacional): 3324-6007 e 9667 9532, Gisele Schimidt (coordenadora estadual): 9961-5369 e Maria Carolina Lobo Oliveira (tia da Rachel): 8814 3634.

Site da UBM: www.ubmulheres.org.br

Blog da UBM-PR: www.ubmulherespr.blogspot.com

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