O terceiro módulo do curso "Mulher, Mais Política, Mais Poder", da União Brasileira de Mulheres em convênio com a Secretaria de Política para as Mulheres do Governo Federal, teve na sexta-feira (22/5) o início de seu terceiro módulo, lecionado por Maria Isabel, coordenadora da UBM-PR. Bel, como é conhecida tem a seu encargo 5 aulas com o tema "Participação Política das Mulheres".
No primeiro dia de aula, Bel resgatou a história do movimento de mulheres e do feminismo no Brasil, desde a luta pelo direito à educação, ao voto, à cidadania e pelos direitos sexuais e reprodutivos. Destacou figuras femininas que corajosamente descortinaram possibilidades para a democracia e ousaram na defesa dos direitos das mulheres, como Josefina Alvares de Azevedo, Bertha Lutz, Pagu, Tarsila do Amaral.
Como integrante do movimento pela reconstrução histórica da Colônia Cecília – uma experiência anarquista do final do século 19 vivida por imigrantes italianos na cidade de Palmeira, Isabel relatou que por quatro anos a comunidade de 250 pessoas viveu sem governo, sem propriedade privada e sem hierarquias. A história contada por Isabel encantou as participantes do curso, que compreenderam a importância da recuperação da memória de um povo que espargiu influências sobre a organização sindical e política dos trabalhadores.
Igualdade no mundo do trabalho
O segundo módulo - “Autonomia econômica e igualdade no mundo do trabalho com inclusão social” - foi trabalhado pela professora Natalia Bueno. Discutindo a economia feminista e socialista em contraposição à economia capitalista, Natalia utilizou categorias marxistas como totalidade, práxis, luta de classes, entre outras, para indicar que a categoria trabalho tem centralidade segundo a ótica marxista. Para Natalia, a autonomia econômica das mulheres é fundamental para o rompimento de amarras como a subordinação ou a violência doméstica e familiar.
A coordenadora da UBM-Paraná, Elza Maria Campos, que também participou do último dia de aula deste módulo, evidenciou que o núcleo central da teoria marxista - a concepção de que o processo social é histórico e de que a opressão da mulher é uma questão social, permitiu desnaturalizar as desigualdades de gênero, presentes na visão positivista que coloca a mulher como simples reprodutora. Citou Clara Zetkin e Alexandra Kollontai, entre outras marxistas que tiveram papel fundamental para a compreensão da opressão específica sobre a mulher.
Professora da UEL participa de Curso da UBM
A Dra. Silvana Mariano, membro da UBM e docente da Universidade Estadual de Londrina, apresentou sua palestra destacando três pontos centrais: retrato das desigualdades de gênero e raça, a divisão sexual do trabalho e a necessidade da promoção da igualdade de oportunidades. Ela ressaltou os limites da igualdade conquistada nos marcos de uma sociedade desigual.
Educação feminista
O módulo “Educação inclusiva, não-sexista, não-racista, não-homofóbica e não lesbofóbica”, trabalhado pela professora Fátima Freitas das Faculdades Integradas do Brasil, teve como centralidade a compreensão histórica da categoria gênero e seu entrelaçamento com raça/etnia, orientação sexual e direitos humanos.
A diversificação de metodologias para a discussão dos módulos, com aulas expositivas e dialogadas, filmes, documentários, textos e debates, tem enriquecido o processo pedagógico nas aulas, demonstrando a riqueza de possibilidades de troca de conhecimento e de apreensão dos conteúdos para o alcance de objetivos nessa longa mas necessária trajetória de educação política de lideranças feministas.
2 comentários:
Parabéns pelo trabalho!
olá Elza, boa ideia de colocar a foto da marcha. Pode pegar algumas do orkut, ainda tenho que colocar dos outros modulos. Beijo graciela
Postar um comentário