O curso de Serviço Social das Faculdades Integradas do Brasil – em parceria com União Brasileira de Mulheres (UBM) e o Ministério das Mulheres – promoveu nesta quinta-feira, 18, o Seminário Violência contra a mulher e o Monitoramento do II Plano Nacional de Políticas Públicas para as Mulheres. O evento ocorreu na UniBrasil em comemoração ao Dia Latino-Americano e Caribenho pelo Fim da Violência contra a Mulher, celebrado no dia 25 de novembro.
A programação do evento contou com o pronunciamento das Organizações Feministas e Lideranças de Mulheres do Estado do Paraná e com o depoimento de Carol Lobo Genofre, tia da Raquel Lobo Genofre. Houve, também, a apresentação sobre a trajetória da UBM com a professora Elza Maria Campos, coordenadora nacional da UBM.
A psicóloga Maria Irany Rodrigues Cavalcanti apresentou o Plano Nacional de Políticas para as mulheres (PNPM) e propostas do Projeto Fortalecer o controle social nas ações do plano nacional de políticas para as mulheres. Maria Irany é mestranda em saúde pública e coordenadora Nacional do Projeto Fortalecer o Controle Social no PNPM.
Para a professora das Faculdades Integradas do Brasil, Elza Maria Campos a formação acadêmica não se dá apenas em salas de aula por isso as palestras são importantes. “Aliamos ao projeto da UBM a participação dos estudantes como atividade complementar”, ressalta.
A União Brasileira de Mulheres desenvolve o projeto Fortalecer o controle social nas ações do plano nacional de políticas para mulheres, com apoio da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, em 17 cidades do país. Dentre as cidades a pesquisa também foi desenvolvida em Curitiba. Elza cita que mais dois projetos serão desenvolvidos pela UBM: o Mulher: mais política, mais poder e o Mulher, mídia e violência.
A palestrante Maria Irany esclarece que há 22 anos a UBM busca combater a desigualdade de gênero. Para ela, a mulher precisa de mais espaço no controle social, no trabalho, no atendimento à saúde e na educação. “É preciso fortalecer o controle social, efetivamente ver o que está sendo feito e o que precisa colocar em prática”, salienta.
Serviço: Para mais informações sobre a UBM acesse. www.ubmulheres.org.br
Reportagem: Jenifer Magri Fotos: Tatiélle Euzébio
domingo, 21 de novembro de 2010
segunda-feira, 15 de novembro de 2010
VITÓRIA DE DILMA, VITÓRIA DAS MULHERES E DO POVO BRASILEIRO!
Por Elza Maria Campos
A União Brasileira de Mulheres, que desde o primeiro turno assumiu decididamente a campanha de Dilma ao lançar seu Manifesto UBM com Dilma para continuar mudando o Brasil, já no mês de julho em todo o país e intensificou sua campanha no segundo turno, comemorou com muita alegria esta vitória popular. A eleição de Dilma Roussef, a primeira mulher a ocupar a Presidência da República no Brasil, é um feito dos mais grandiosos para os trabalhadores e em especial para as mulheres que poderão sentir-se mais empoderadas e confiantes em suas lutas e conquistas.
A repercussão desta admirável vitória ocorreu em todo o mundo e revela a importância do Brasil no cenário internacional aliada à representação desta que inicia sua vida pública aos 16 anos defendendo a liberdade de seu povo e mesmo sob todas as tentativas de armadilhas que tentaram impor à nossa maior líder, teve o espirito de guerreira, ganhando cada vez mais o apoio popular e a confiança de seu povo.
O Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (Unifem) considerou um fato "histórico para a política e a sociedade e para as brasileiras. Para Rebecca Reichmann Tavares, representante do Unifem para o Brasil e o Cone Sul, "É a consagração da luta de gerações e gerações de mulheres brasileiras, que desde o início do Século XX lutaram pela conquista do direito ao voto.”
A revista americana Time divulgou, em seu site: a presidenta Dilma está entre as 10 mulheres mais importantes do mundo. A Time ressaltou que a sucessora de Lula será a líder da quarta maior democracia mundial, se tornando uma "inspiração para as mulheres de todo o mundo".
É um fato incontestável, pois renova um novo tempo de esperanças e possibilidades de conquistas para o nosso país e em especial para as mulheres. São quase 80 anos do direito ao voto à eleição da primeira presidenta do Brasil.
Temos consciência que avançamos durante o Governo Lula, no que de refere a perspectiva para as mulheres, notadamente na conquista da Lei Maria da Penha e na instalação do Ministério das Mulheres entre outros avanços nos campos das políticas públicas e da atuação do Brasil no cenário internacional.
A vitória de Dilma se revela na convergência de um conjunto de forças progressistas em torno de um programa que combina soberania nacional, desenvolvimento econômico, distribuição de renda, inclusão social e liberdades políticas e a possibilidade de aprofundar as mudanças iniciadas no governo Lula.
O papel das mulheres e dos movimentos feministas e sociais é de grande importância, para garantir que a plataforma elaborada pelos movimentos seja efetivamente realizada. Seremos protagonistas do esforço para construir um projeto de nação justa, com amplas oportunidades para toda a população.
As mulheres que protagonizaram e já estiveram presentes em grandes lutas populares em todos os tempos e lugares, ousando sonhar e construir um mundo diferente, verdadeiramente justo e igualitário e já deram provas no passado de compromisso democrático na luta por liberdades políticas para o povo brasileiro, no presente sentem-se mais fortes e empoderadas para construir com Dilma um país de igualdade e de justiça.
A UBM continuará lutando para que as mulheres façam suas escolhas, na vida pessoal e na vida política, ou seja, no espaço privado e no espaço público. Lutará para que a saúde, a educação, a cultura, a segurança pública, o meio ambiente, o trabalho convirjam para o atendimento integram às mulheres e a toda sociedade.
No próximo ano teremos a realização da III Conferência de Políticas para as Mulheres, reforçaremos as propostas do II Plano Nacional de Políticas para as Mulheres, no sentido de consolidar esse canal de participação e efetivamente transformar em políticas de Estado as Políticas Públicas para as mulheres e para que trate a pauta das mulheres como um assunto estratégico para nosso país. A Lei Maria da Penha seja efetivamente cumprida, para que a maternidade seja uma escolha das mulheres e para que as mulheres não sejam criminalizadas pela realização do abortou.
Um dos maiores problemas para avançar a democracia no Brasil, pauta-se na sub representação feminina nas instâncias de poder. A proposta que vem sendo defendida por nossa presidenta de contar nos Ministérios com 30% de mulheres recebe o apoio das mulheres, e demonstra já que Dilma terá um olhar para as mulheres como bem demonstrou em seu discurso de posse ao dirigir suas primeiras palavras às mulheres. Se a simbologia de termos uma mulher presidenta é de grande significado a a aplicação das cotas ministeriais, também acarreta um ganho de poder simbólico para as brasileiras.
As mulheres estarão par a passo com toda população para que todos os temas estejam pautados de forma integrada e articulada com Dilma a primeira mulher presidenta da história do Brasil.
A União Brasileira de Mulheres, que desde o primeiro turno assumiu decididamente a campanha de Dilma ao lançar seu Manifesto UBM com Dilma para continuar mudando o Brasil, já no mês de julho em todo o país e intensificou sua campanha no segundo turno, comemorou com muita alegria esta vitória popular. A eleição de Dilma Roussef, a primeira mulher a ocupar a Presidência da República no Brasil, é um feito dos mais grandiosos para os trabalhadores e em especial para as mulheres que poderão sentir-se mais empoderadas e confiantes em suas lutas e conquistas.
A repercussão desta admirável vitória ocorreu em todo o mundo e revela a importância do Brasil no cenário internacional aliada à representação desta que inicia sua vida pública aos 16 anos defendendo a liberdade de seu povo e mesmo sob todas as tentativas de armadilhas que tentaram impor à nossa maior líder, teve o espirito de guerreira, ganhando cada vez mais o apoio popular e a confiança de seu povo.
O Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (Unifem) considerou um fato "histórico para a política e a sociedade e para as brasileiras. Para Rebecca Reichmann Tavares, representante do Unifem para o Brasil e o Cone Sul, "É a consagração da luta de gerações e gerações de mulheres brasileiras, que desde o início do Século XX lutaram pela conquista do direito ao voto.”
A revista americana Time divulgou, em seu site: a presidenta Dilma está entre as 10 mulheres mais importantes do mundo. A Time ressaltou que a sucessora de Lula será a líder da quarta maior democracia mundial, se tornando uma "inspiração para as mulheres de todo o mundo".
É um fato incontestável, pois renova um novo tempo de esperanças e possibilidades de conquistas para o nosso país e em especial para as mulheres. São quase 80 anos do direito ao voto à eleição da primeira presidenta do Brasil.
Temos consciência que avançamos durante o Governo Lula, no que de refere a perspectiva para as mulheres, notadamente na conquista da Lei Maria da Penha e na instalação do Ministério das Mulheres entre outros avanços nos campos das políticas públicas e da atuação do Brasil no cenário internacional.
A vitória de Dilma se revela na convergência de um conjunto de forças progressistas em torno de um programa que combina soberania nacional, desenvolvimento econômico, distribuição de renda, inclusão social e liberdades políticas e a possibilidade de aprofundar as mudanças iniciadas no governo Lula.
O papel das mulheres e dos movimentos feministas e sociais é de grande importância, para garantir que a plataforma elaborada pelos movimentos seja efetivamente realizada. Seremos protagonistas do esforço para construir um projeto de nação justa, com amplas oportunidades para toda a população.
As mulheres que protagonizaram e já estiveram presentes em grandes lutas populares em todos os tempos e lugares, ousando sonhar e construir um mundo diferente, verdadeiramente justo e igualitário e já deram provas no passado de compromisso democrático na luta por liberdades políticas para o povo brasileiro, no presente sentem-se mais fortes e empoderadas para construir com Dilma um país de igualdade e de justiça.
A UBM continuará lutando para que as mulheres façam suas escolhas, na vida pessoal e na vida política, ou seja, no espaço privado e no espaço público. Lutará para que a saúde, a educação, a cultura, a segurança pública, o meio ambiente, o trabalho convirjam para o atendimento integram às mulheres e a toda sociedade.
No próximo ano teremos a realização da III Conferência de Políticas para as Mulheres, reforçaremos as propostas do II Plano Nacional de Políticas para as Mulheres, no sentido de consolidar esse canal de participação e efetivamente transformar em políticas de Estado as Políticas Públicas para as mulheres e para que trate a pauta das mulheres como um assunto estratégico para nosso país. A Lei Maria da Penha seja efetivamente cumprida, para que a maternidade seja uma escolha das mulheres e para que as mulheres não sejam criminalizadas pela realização do abortou.
Um dos maiores problemas para avançar a democracia no Brasil, pauta-se na sub representação feminina nas instâncias de poder. A proposta que vem sendo defendida por nossa presidenta de contar nos Ministérios com 30% de mulheres recebe o apoio das mulheres, e demonstra já que Dilma terá um olhar para as mulheres como bem demonstrou em seu discurso de posse ao dirigir suas primeiras palavras às mulheres. Se a simbologia de termos uma mulher presidenta é de grande significado a a aplicação das cotas ministeriais, também acarreta um ganho de poder simbólico para as brasileiras.
As mulheres estarão par a passo com toda população para que todos os temas estejam pautados de forma integrada e articulada com Dilma a primeira mulher presidenta da história do Brasil.
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
UBM REALIZA ATO E EXIGE MAIOR RIGOR NAS INVESTIGAÇÕES DO ASSASSINATO DA MENINA RAQUEL
Foi realizado na manhã deste sábado 06 de novembro, ato público “Pelo fim da violência contra as mulheres e meninas! Por Mim, Por nós e Pelas Outra e pelo direito a uma vida sem violência!”. A manifestação aconteceu na Boca Maldita em Curitiba com a montagem de uma barraca, distribuição de Manifesto e encerramento na Praça Rui Barbosa, em frente ao local em que a pequena Raquel tomava o ônibus para dirigir-se para sua casa. No dia 03 de novembro a menina Rachel Genofre de 9 anos, desapareceu e foi morta após sofrer violência sexual e largada dentro de uma mala na Rodoviária em Curitiba.
O Ato foi realizado pela União Brasileira de Mulheres, com apoio de Entidades do Movimento Feminista e de mulheres de Curitiba, e contou com a presença dos familiares da menina, de diversos movimentos sociais, da Senadora Gleisi Hoffmann além de um grande contingente de jornalistas de vários veículos de comunicação.
A coordenadora nacional da UBM, Elza Campos coordenou o ato, destacando que a violência contra mulheres e meninas é uma questão de Direitos Humanos e de Saúde Pública e que a Entidade redobrará sua luta para que as autoridades encontrem o assassino e para que a Lei Maria da Penha e o Estatuto da Criança e do Adolescente sejam respeitados.
Diversas lideranças falaram durante o ato, mas o momento que mais chamou a atenção foi quando a tia de Rachel, Maria Carolina falou pedindo justiça. Ela falou de Rachel como uma menina que tinha sonhos, que queria ser professora, que amava os livros e a poesia e teve seus sonhos interrompidos de maneira tão cruel. “Nossa luta é por uma sociedade onda as crianças e os adultos possam sonhar e realizar seus sonhos, por isso continuamos sonhando e lutando” completou.
A UBM e os familiares da menina Rachel estão solicitando uma audiência com o governador do Estado para exigir maior rigor na apuração e solução do bárbaro crime.
O Ato foi realizado pela União Brasileira de Mulheres, com apoio de Entidades do Movimento Feminista e de mulheres de Curitiba, e contou com a presença dos familiares da menina, de diversos movimentos sociais, da Senadora Gleisi Hoffmann além de um grande contingente de jornalistas de vários veículos de comunicação.
A coordenadora nacional da UBM, Elza Campos coordenou o ato, destacando que a violência contra mulheres e meninas é uma questão de Direitos Humanos e de Saúde Pública e que a Entidade redobrará sua luta para que as autoridades encontrem o assassino e para que a Lei Maria da Penha e o Estatuto da Criança e do Adolescente sejam respeitados.
Diversas lideranças falaram durante o ato, mas o momento que mais chamou a atenção foi quando a tia de Rachel, Maria Carolina falou pedindo justiça. Ela falou de Rachel como uma menina que tinha sonhos, que queria ser professora, que amava os livros e a poesia e teve seus sonhos interrompidos de maneira tão cruel. “Nossa luta é por uma sociedade onda as crianças e os adultos possam sonhar e realizar seus sonhos, por isso continuamos sonhando e lutando” completou.
A UBM e os familiares da menina Rachel estão solicitando uma audiência com o governador do Estado para exigir maior rigor na apuração e solução do bárbaro crime.
terça-feira, 2 de novembro de 2010
Impunidade: UBM-PR cobra avanço nas investigações do caso da menina Rachel
Após dois anos, as investigações têm ajudado a solucionar outros casos de pedofilia, porém o assassino de Rachel ainda está livre
Nesta quarta-feira, 03 de novembro, registra-se dois anos do assassinato brutal da menina Rachel Lobo Genofre, de 9 anos. Em 2008, o corpo dela foi encontrado dentro de uma mala, na rodoviária de Curitiba. Em rememoração à data, a União Brasileira de Mulheres – seção Paraná (UBM-PR) realizará no próximo sábado, dia 06 de novembro, às 10 horas, o ato público “Pelo fim da violência contra mulheres e meninas: Por mim, por nós e pelas outras”. Em Curitiba, a manifestação acontecerá na Boca Maldita seguida de caminhada até a Praça Rui Barbosa, local do encerramento do ato.
Mais uma vez a UBM e o Fórum Popular de Mulheres, em conjunto com entidades do movimento social, movimento feminista e de mulheres de Curitiba realizam manifestação pública em defesa de mulheres e meninas vítimas de violência. Esta articulação exigirá a busca e punição do assassino e o comprometimento das autoridades em casos semelhantes. “Exigimos das autoridades a ampliação das políticas públicas para por fim à violência contra as mulheres e meninas. Essa é uma luta histórica das mulheres. Sabemos que quando as mulheres acessam as políticas públicas, quando têm coragem de denunciar a agressão muitas vezes não encontram respostas do serviço público. É urgente que essas políticas aconteçam e que sejam, de fato, comprometidas com o direito das mulheres”, denuncia a coordenadora nacional da UBM, Elza Campos.
Problema social - Para a mãe de Rachel, Maria Cristina Lobo Oliveira (29), que é educadora da rede municipal de Curitiba, o assassinato de Raquel é um problema social. “Este é um problema social. Nossas crianças precisam de proteção, pois às vezes podem estar andando nas ruas enquanto os seus pais estão trabalhando e estarem diante de maníacos, pedófilos. Precisamos envolver a sociedade nesse caso. O silêncio e a impunidade são cúmplices da violência. Temos de impedir que surjam novas vítimas. E as instituições precisam ser acionadas pra garantir os diretos das mulheres, limitando, assim, a ação desses criminosos”, declara.
Desdobramentos - Segundo a tia da menina, Maria Carolina Lobo Oliveira, o caso está sob responsabilidade da delegada Vanessa Alice, que tem designação especial para fazer as investigações. Apesar de a delegada manter um investigador exclusivo, Carolina lembra que o Estado precisa se envolver inclusive dando suporte financeiro para o caso. “Hoje, o assassino pode estar andando na rua XV ou na frente de um colégio. As investigações têm ajudado a solucionar outros casos de pedofilia, mas o assassino de Rachel está livre. Por isso, queremos uma audiência com o governador, a continuidade das investigações mesmo com a mudança de governo e mais recursos, pois às vezes não tem nem reagente químico para os exames. Num caso de extrema perversidade como esse, o Estado não pode ser omisso. É um caso de segurança de pública”, defende.
Simbologia - Elza lembrou que a eleição da primeira presidente do Brasil traz um novo marco para o país. Assistente social, ela acredita que as mulheres estarão mais empoderadas, com a auto-estima mais fortalecida e com coragem para denunciar casos de violência. “Foram 80 anos da conquista do voto feminino até a eleição da primeira presidente. Isso é uma simbologia de luta inegável. Acreditamos que com a eleição de Dilma Rousseff haverá um olhar especial para a situação de violência, que ainda continua na invisibilidade das quatro paredes, apesar da aprovação da Lei Maria da Penha. Vivemos num país patriarcal e machista, onde a violência contra as mulheres é naturalizada. Temos de reagir a isso. A mulher precisa confiar que pode mudar essa realidade. E nós, como parte dessa sociedade, temos de lutar contra este Estado patriarcal que oprime as mulheres em pleno século XXI”, destaca.
Missa – No dia 06 de novembro, às 19h30, haverá missa em homenagem à menina Raquel na igreja Perpétuo Socorro (Rua da Glória, próximo ao Estádio Couto Pereira)
Violência contra as mulheres – Elza explica que a violência contra a mulher tem números alarmantes. “De acordo com a pesquisa nacional da Fundação Perseu Abramo, realizada com 2.502 mulheres em 2004, uma mulher é espancada a cada 15 segundos no país e ao menos 33% já sofreram algum tipo de violência física”. E acrescenta: “A violência contra as mulheres e meninas, denominada violência de gênero (violência contra a mulher na vida social privada e pública), ocorre tanto no espaço privado quanto no espaço público e pode ser cometida por familiares ou outras pessoas que vivem no mesmo domicílio (violência doméstica); ou por pessoas sem relação de parentesco e que não convivem sob o mesmo teto.
Histórico – Rachel foi encontrada morta na madrugada do dia 05 de novembro de 2008 dentro de uma mala abandonada embaixo de uma das escadas do setor de transporte da rodoviária de Curitiba. O corpo, ainda com o uniforme do Instituto de Educação - colégio onde ela estudava - apresentava sinais de estrangulamento. Os médicos do Instituto Médico Legal (IML) confirmaram que a menina sofreu violência sexual. A menina foi enterrada no dia 06 de novembro.
Mais informações:
Maria Cristina Lobo Oliveira (mãe da Rachel): 8860 6035/ 9930 7900
União Brasileira de Mulheres – Seção Paraná: com Elza Campos (coordenadora geral): 3324-6007 e 9667 9532 ou Maria Carolina Lobo Oliveira (tia da Rachel) 8814 3634.
Assessoria de imprensa UBM-PR: Andréa Rosendo - 9905 2844.
Site da UBM: www.ubmulheres.org.br
Nesta quarta-feira, 03 de novembro, registra-se dois anos do assassinato brutal da menina Rachel Lobo Genofre, de 9 anos. Em 2008, o corpo dela foi encontrado dentro de uma mala, na rodoviária de Curitiba. Em rememoração à data, a União Brasileira de Mulheres – seção Paraná (UBM-PR) realizará no próximo sábado, dia 06 de novembro, às 10 horas, o ato público “Pelo fim da violência contra mulheres e meninas: Por mim, por nós e pelas outras”. Em Curitiba, a manifestação acontecerá na Boca Maldita seguida de caminhada até a Praça Rui Barbosa, local do encerramento do ato.
Mais uma vez a UBM e o Fórum Popular de Mulheres, em conjunto com entidades do movimento social, movimento feminista e de mulheres de Curitiba realizam manifestação pública em defesa de mulheres e meninas vítimas de violência. Esta articulação exigirá a busca e punição do assassino e o comprometimento das autoridades em casos semelhantes. “Exigimos das autoridades a ampliação das políticas públicas para por fim à violência contra as mulheres e meninas. Essa é uma luta histórica das mulheres. Sabemos que quando as mulheres acessam as políticas públicas, quando têm coragem de denunciar a agressão muitas vezes não encontram respostas do serviço público. É urgente que essas políticas aconteçam e que sejam, de fato, comprometidas com o direito das mulheres”, denuncia a coordenadora nacional da UBM, Elza Campos.
Problema social - Para a mãe de Rachel, Maria Cristina Lobo Oliveira (29), que é educadora da rede municipal de Curitiba, o assassinato de Raquel é um problema social. “Este é um problema social. Nossas crianças precisam de proteção, pois às vezes podem estar andando nas ruas enquanto os seus pais estão trabalhando e estarem diante de maníacos, pedófilos. Precisamos envolver a sociedade nesse caso. O silêncio e a impunidade são cúmplices da violência. Temos de impedir que surjam novas vítimas. E as instituições precisam ser acionadas pra garantir os diretos das mulheres, limitando, assim, a ação desses criminosos”, declara.
Desdobramentos - Segundo a tia da menina, Maria Carolina Lobo Oliveira, o caso está sob responsabilidade da delegada Vanessa Alice, que tem designação especial para fazer as investigações. Apesar de a delegada manter um investigador exclusivo, Carolina lembra que o Estado precisa se envolver inclusive dando suporte financeiro para o caso. “Hoje, o assassino pode estar andando na rua XV ou na frente de um colégio. As investigações têm ajudado a solucionar outros casos de pedofilia, mas o assassino de Rachel está livre. Por isso, queremos uma audiência com o governador, a continuidade das investigações mesmo com a mudança de governo e mais recursos, pois às vezes não tem nem reagente químico para os exames. Num caso de extrema perversidade como esse, o Estado não pode ser omisso. É um caso de segurança de pública”, defende.
Simbologia - Elza lembrou que a eleição da primeira presidente do Brasil traz um novo marco para o país. Assistente social, ela acredita que as mulheres estarão mais empoderadas, com a auto-estima mais fortalecida e com coragem para denunciar casos de violência. “Foram 80 anos da conquista do voto feminino até a eleição da primeira presidente. Isso é uma simbologia de luta inegável. Acreditamos que com a eleição de Dilma Rousseff haverá um olhar especial para a situação de violência, que ainda continua na invisibilidade das quatro paredes, apesar da aprovação da Lei Maria da Penha. Vivemos num país patriarcal e machista, onde a violência contra as mulheres é naturalizada. Temos de reagir a isso. A mulher precisa confiar que pode mudar essa realidade. E nós, como parte dessa sociedade, temos de lutar contra este Estado patriarcal que oprime as mulheres em pleno século XXI”, destaca.
Missa – No dia 06 de novembro, às 19h30, haverá missa em homenagem à menina Raquel na igreja Perpétuo Socorro (Rua da Glória, próximo ao Estádio Couto Pereira)
Violência contra as mulheres – Elza explica que a violência contra a mulher tem números alarmantes. “De acordo com a pesquisa nacional da Fundação Perseu Abramo, realizada com 2.502 mulheres em 2004, uma mulher é espancada a cada 15 segundos no país e ao menos 33% já sofreram algum tipo de violência física”. E acrescenta: “A violência contra as mulheres e meninas, denominada violência de gênero (violência contra a mulher na vida social privada e pública), ocorre tanto no espaço privado quanto no espaço público e pode ser cometida por familiares ou outras pessoas que vivem no mesmo domicílio (violência doméstica); ou por pessoas sem relação de parentesco e que não convivem sob o mesmo teto.
Histórico – Rachel foi encontrada morta na madrugada do dia 05 de novembro de 2008 dentro de uma mala abandonada embaixo de uma das escadas do setor de transporte da rodoviária de Curitiba. O corpo, ainda com o uniforme do Instituto de Educação - colégio onde ela estudava - apresentava sinais de estrangulamento. Os médicos do Instituto Médico Legal (IML) confirmaram que a menina sofreu violência sexual. A menina foi enterrada no dia 06 de novembro.
Mais informações:
Maria Cristina Lobo Oliveira (mãe da Rachel): 8860 6035/ 9930 7900
União Brasileira de Mulheres – Seção Paraná: com Elza Campos (coordenadora geral): 3324-6007 e 9667 9532 ou Maria Carolina Lobo Oliveira (tia da Rachel) 8814 3634.
Assessoria de imprensa UBM-PR: Andréa Rosendo - 9905 2844.
Site da UBM: www.ubmulheres.org.br
Viva Dilma,Viva as Mulheres!
A vitória de Dilma repercutiu em todo o mundo. O jornal britânico The Independent publicou a matéria abaixo, destacando que Dilma é a Mulher mais poderosa do mundo!
Hugh O’Shaughnessy – The Independent
A mulher mais poderosa do mundo começará a andar com as próprias pernas no próximo fim de semana. Forte e vigorosa aos 63 anos, essa ex-líder da resistência a uma ditadura militar (que a torturou) se prepara para conquistar o seu lugar como Presidente do Brasil.
Como chefe de estado, a Presidente Dilma Rousseff seria mais poderosa que a Chanceler da Alemanha, Angela Merkel e que a Secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton: seu país enorme de 200 milhões de pessoas está comemorando seu novo tesouro petrolífero. A taxa de crescimento do Brasil, rivalizando com a China, é algo que a Europa e Washington podem apenas invejar.
Sua ampla vitória prevista para a próxima eleição presidencial será comemorada com encantamento por milhões. Marca a demolição final do “estado de segurança nacional”, um arranjo que os governos conservadores, nos EUA e na Europa já tomaram como seu melhor artifício para limitar a democracia e a reforma. Ele sustenta um status quo corrompido que mantém a imensa maioria na pobreza na América Latina, enquanto favorece seus amigos ricos.
A senhora Rousseff, filha de um imigrante búlgaro no Brasil e de sua esposa, professora primária, foi beneficiada por ser, de fato, a primeira ministra do imensamente popular Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ex-líder sindical. Mas com uma história de determinação e sucesso (que inclui ter se curado de um câncer linfático), essa companheira, mãe e avó será mulher por si mesma. As pesquisas mostram que ela construiu uma posição inexpugnável – de mais de 50%, comparado com menos de 30% – sobre o seu rival mais próximo, homem enfadonho de centro, chamado José Serra. Há pouca dúvida de que ela estará instalada no Palácio Presidencial Alvorada de Brasília, em janeiro.
Assim como o Presidente Jose Mujica do Uruguai, vizinho do Brasil, a senhora Rousseff não se constrange com um passado numa guerrilha urbana, que incluiu o combate a generais e um tempo na cadeia como prisioneira política.
Quando menina, na provinciana cidade de Belo Horizonte, ela diz que sonhava respectivamente em se tornar bailarina, bombeira e uma artista de trapézio. As freiras de sua escola levavam suas turmas para as áreas pobres para mostrá-las a grande desigualdade entre a minoria de classe média e a vasta maioria de pobres. Ela lembra que quando um menino pobre de olhos tristes chegou à porta da casa de sua família ela rasgou uma nota de dinheiro pela metade e dividiu com ele, sem saber que metade de uma nota não tinha valor.
Seu pai, Pedro, morreu quando ela tinha 14 anos, mas a essas alturas ele já tinha apresentado a Dilma os romances de Zola e Dostoiévski. Depois disso, ela e seus irmãos tiveram de batalhar duro com sua mãe para alcançar seus objetivos. Aos 16 anos ela estava na POLOP (Política Operária), um grupo organizado por fora do tradicional Partido Comunista Brasileiro que buscava trazer o socialismo para quem pouco sabia a seu respeito.
Os generais tomaram o poder em 1964 e instauraram um reino de terror para defender o que chamavam “segurança nacional”. Ela se juntou aos grupos radicais secretos que não viam nada de errado em pegar em armas para combater um regime militar ilegítimo. Além de agradarem aos ricos e esmagar sindicatos e classes baixas, os generais censuraram a imprensa, proibindo editores de deixarem espaços vazios nos jornais para mostrar onde as notícias tinham sido suprimidas.
A senhora Rousseff terminou na clandestina VAR-Palmares (Vanguarda Armada Revolucionária Palmares). Nos anos 60 e 70, os membros dessas organizações sequestravam diplomatas estrangeiros para resgatar prisioneiros: um embaixador dos EUA foi trocado por uma dúzia de prisioneiros políticos; um embaixador alemão foi trocado por 40 militantes; um representante suíço, trocado por 70. Eles também balearam torturadores especialistas estrangeiros enviados para treinar os esquadrões da morte dos generais. Embora diga que nunca usou armas, ela chegou a ser capturada e torturada pela polícia secreta na equivalente brasileira de Abu Ghraib, o presídio Tiradentes, em São Paulo. Ela recebeu uma sentença de 25 meses por “subversão” e foi libertada depois de três anos. Hoje ela confessa abertamente ter “querido mudar o mundo”.
Em 1973 ela se mudou para o próspero estado do sul, o Rio Grande do Sul, onde seu segundo marido, um advogado, estava terminando de cumprir sua pena como prisioneiro político (seu primeiro casamento com um jovem militante de esquerda, Claudio Galeno, não sobreviveu às tensões de duas pessoas na correria, em cidades diferentes). Ela voltou à universidade, começou a trabalhar para o governo do estado em 1975, e teve uma filha, Paula.
Em 1986 ela foi nomeada secretária de finanças da cidade de Porto Alegre, a capital do estado, onde seus talentos políticos começaram a florescer. Os anos 1990 foram anos de bons ventos para ela. Em 1993 ela foi nomeada secretária de minas e energia do estado, e impulsionou amplamente o aumento da produção de energia, assegurando que o estado enfrentasse o racionamento de energia de que o resto do país padeceu.
Ela fez mil quilômetros de novas linhas de energia elétrica, novas barragens e estações de energia térmica construídas, enquanto persuadia os cidadãos a desligarem as luzes sempre que pudessem. Sua estrela política começou a brilhar muito. Mas em 1994, depois de 24 anos juntos, ela se separou do Senhor Araújo, aparentemente de maneira amigável. Ao mesmo tempo ela se voltou à vida acadêmica e política, mas sua tentativa de concluir o doutorado em ciências sociais fracassou em 1998.
Em 2000 ela adquiriu seu espaço com Lula e seu Partido dos Trabalhadores, que se volta sucessivamente para a combinação de crescimento econômico com o ataque à pobreza. Os dois se deram bem imediatamente e ela se tornou sua primeira ministra de energia em 2003. Dois anos depois ele a tornou chefe da casa civil e desde então passou a apostar nela para a sua sucessão. Ela estava ao lado de Lula quando o Brasil encontrou uma vasta camada de petróleo, ajudando o líder que muitos da mídia européia e estadunidense denunciaram uma década atrás como um militante da extrema esquerda a retirar 24 milhões de brasileiros da pobreza. Lula estava com ela em abril do ano passado quando foi diagnosticada com um câncer linfático, uma condição declarada sob controle há um ano. Denúncias recentes de irregularidades financeiras entre membros de sua equipe quando estava no governo não parecem ter abalado a populari dade da candidata.
A Senhora Rousseff provavelmente convidará o Presidente Mujica do Uruguai para sua posse no Ano Novo. O Presidente Evo Morales, da Bolívia, o Presidente Hugo Chávez, da Venezuela e o Presidente Lugo, do Paraguai – outros líderes bem sucedidos da América do Sul que, como ela, têm sofrido ataques de campanhas impiedosas de degradação na mídia ocidental – certamente também estarão lá. Será uma celebração da decência política – e do feminismo.
Tradução: Katarina Peixoto
Hugh O’Shaughnessy – The Independent
A mulher mais poderosa do mundo começará a andar com as próprias pernas no próximo fim de semana. Forte e vigorosa aos 63 anos, essa ex-líder da resistência a uma ditadura militar (que a torturou) se prepara para conquistar o seu lugar como Presidente do Brasil.
Como chefe de estado, a Presidente Dilma Rousseff seria mais poderosa que a Chanceler da Alemanha, Angela Merkel e que a Secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton: seu país enorme de 200 milhões de pessoas está comemorando seu novo tesouro petrolífero. A taxa de crescimento do Brasil, rivalizando com a China, é algo que a Europa e Washington podem apenas invejar.
Sua ampla vitória prevista para a próxima eleição presidencial será comemorada com encantamento por milhões. Marca a demolição final do “estado de segurança nacional”, um arranjo que os governos conservadores, nos EUA e na Europa já tomaram como seu melhor artifício para limitar a democracia e a reforma. Ele sustenta um status quo corrompido que mantém a imensa maioria na pobreza na América Latina, enquanto favorece seus amigos ricos.
A senhora Rousseff, filha de um imigrante búlgaro no Brasil e de sua esposa, professora primária, foi beneficiada por ser, de fato, a primeira ministra do imensamente popular Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ex-líder sindical. Mas com uma história de determinação e sucesso (que inclui ter se curado de um câncer linfático), essa companheira, mãe e avó será mulher por si mesma. As pesquisas mostram que ela construiu uma posição inexpugnável – de mais de 50%, comparado com menos de 30% – sobre o seu rival mais próximo, homem enfadonho de centro, chamado José Serra. Há pouca dúvida de que ela estará instalada no Palácio Presidencial Alvorada de Brasília, em janeiro.
Assim como o Presidente Jose Mujica do Uruguai, vizinho do Brasil, a senhora Rousseff não se constrange com um passado numa guerrilha urbana, que incluiu o combate a generais e um tempo na cadeia como prisioneira política.
Quando menina, na provinciana cidade de Belo Horizonte, ela diz que sonhava respectivamente em se tornar bailarina, bombeira e uma artista de trapézio. As freiras de sua escola levavam suas turmas para as áreas pobres para mostrá-las a grande desigualdade entre a minoria de classe média e a vasta maioria de pobres. Ela lembra que quando um menino pobre de olhos tristes chegou à porta da casa de sua família ela rasgou uma nota de dinheiro pela metade e dividiu com ele, sem saber que metade de uma nota não tinha valor.
Seu pai, Pedro, morreu quando ela tinha 14 anos, mas a essas alturas ele já tinha apresentado a Dilma os romances de Zola e Dostoiévski. Depois disso, ela e seus irmãos tiveram de batalhar duro com sua mãe para alcançar seus objetivos. Aos 16 anos ela estava na POLOP (Política Operária), um grupo organizado por fora do tradicional Partido Comunista Brasileiro que buscava trazer o socialismo para quem pouco sabia a seu respeito.
Os generais tomaram o poder em 1964 e instauraram um reino de terror para defender o que chamavam “segurança nacional”. Ela se juntou aos grupos radicais secretos que não viam nada de errado em pegar em armas para combater um regime militar ilegítimo. Além de agradarem aos ricos e esmagar sindicatos e classes baixas, os generais censuraram a imprensa, proibindo editores de deixarem espaços vazios nos jornais para mostrar onde as notícias tinham sido suprimidas.
A senhora Rousseff terminou na clandestina VAR-Palmares (Vanguarda Armada Revolucionária Palmares). Nos anos 60 e 70, os membros dessas organizações sequestravam diplomatas estrangeiros para resgatar prisioneiros: um embaixador dos EUA foi trocado por uma dúzia de prisioneiros políticos; um embaixador alemão foi trocado por 40 militantes; um representante suíço, trocado por 70. Eles também balearam torturadores especialistas estrangeiros enviados para treinar os esquadrões da morte dos generais. Embora diga que nunca usou armas, ela chegou a ser capturada e torturada pela polícia secreta na equivalente brasileira de Abu Ghraib, o presídio Tiradentes, em São Paulo. Ela recebeu uma sentença de 25 meses por “subversão” e foi libertada depois de três anos. Hoje ela confessa abertamente ter “querido mudar o mundo”.
Em 1973 ela se mudou para o próspero estado do sul, o Rio Grande do Sul, onde seu segundo marido, um advogado, estava terminando de cumprir sua pena como prisioneiro político (seu primeiro casamento com um jovem militante de esquerda, Claudio Galeno, não sobreviveu às tensões de duas pessoas na correria, em cidades diferentes). Ela voltou à universidade, começou a trabalhar para o governo do estado em 1975, e teve uma filha, Paula.
Em 1986 ela foi nomeada secretária de finanças da cidade de Porto Alegre, a capital do estado, onde seus talentos políticos começaram a florescer. Os anos 1990 foram anos de bons ventos para ela. Em 1993 ela foi nomeada secretária de minas e energia do estado, e impulsionou amplamente o aumento da produção de energia, assegurando que o estado enfrentasse o racionamento de energia de que o resto do país padeceu.
Ela fez mil quilômetros de novas linhas de energia elétrica, novas barragens e estações de energia térmica construídas, enquanto persuadia os cidadãos a desligarem as luzes sempre que pudessem. Sua estrela política começou a brilhar muito. Mas em 1994, depois de 24 anos juntos, ela se separou do Senhor Araújo, aparentemente de maneira amigável. Ao mesmo tempo ela se voltou à vida acadêmica e política, mas sua tentativa de concluir o doutorado em ciências sociais fracassou em 1998.
Em 2000 ela adquiriu seu espaço com Lula e seu Partido dos Trabalhadores, que se volta sucessivamente para a combinação de crescimento econômico com o ataque à pobreza. Os dois se deram bem imediatamente e ela se tornou sua primeira ministra de energia em 2003. Dois anos depois ele a tornou chefe da casa civil e desde então passou a apostar nela para a sua sucessão. Ela estava ao lado de Lula quando o Brasil encontrou uma vasta camada de petróleo, ajudando o líder que muitos da mídia européia e estadunidense denunciaram uma década atrás como um militante da extrema esquerda a retirar 24 milhões de brasileiros da pobreza. Lula estava com ela em abril do ano passado quando foi diagnosticada com um câncer linfático, uma condição declarada sob controle há um ano. Denúncias recentes de irregularidades financeiras entre membros de sua equipe quando estava no governo não parecem ter abalado a populari dade da candidata.
A Senhora Rousseff provavelmente convidará o Presidente Mujica do Uruguai para sua posse no Ano Novo. O Presidente Evo Morales, da Bolívia, o Presidente Hugo Chávez, da Venezuela e o Presidente Lugo, do Paraguai – outros líderes bem sucedidos da América do Sul que, como ela, têm sofrido ataques de campanhas impiedosas de degradação na mídia ocidental – certamente também estarão lá. Será uma celebração da decência política – e do feminismo.
Tradução: Katarina Peixoto
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