A UBM PR, participou na data de 24 do dia D EDUCAÇÃO UFPR, quando realizou o pré lançamento do seu projeto nacional “Fortalecer o Protagonismo no Enfrentamento a Violência Contra as Mulheres e na Democratização da Mídia”, em conjunto com as comemorações do dia do professor no Setor. Estiveram presentes no ato a Chefe do Departamento da Educação da UFPR e coordenadora do Evento Andrea Caldas, o Reitor da UFPR, Reitor Zaki Akel Sobrinho, a presidenta da APP – Sindicato Marley Fernandes, Dr. Clayton Maranhão – Procurador do Ministério Público e Professor da UFPR, e representando a Secretaria Municipal de Educação da Prefeitura de Curitiba, a profa. Maria José. Participaram do ato a Coordenadora da UBM no Paraná Gisele Shmidt, Janaína Craveiro e Carol Lobo (Coordenação UBMPR) e Maria de Fátima de Azevedo (Da CTB – PR).
Elza Maria Campos, coordenadora nacional da UBM, enfatiza que o projeto “Fortalecer o Protagonismo no Enfrentamento a Violência Contra as Mulheres e na Democratização da Mídia” realizado com apoio da SPM discute a violência simbólica que muitas vezes passa despercebida. No entanto, ela está presente, e de forma cotidianamente na mídia e na imprensa nacional. Este projeto pretende garantir a implementação da Lei Maria da Penha (Lei esta conquistada após mais de 40 anos de lutas do movimento feminista) e ao mesmo tempo conseguir fazer o exercício do controle social da veiculação de conteúdos discriminatórios na mídia. As mulheres de modo geral não reconhecem todos os tipos de violência. Então, é importante que elas conheçam para reconhecer e que consigam identificar na mídia, sobretudo na mídia televisiva, o reforço dos estereótipos e de todos os processos que as mantém na submissão ao machismo e ao patriarcalismo vigente.
A coordenadora destaca que justamente neste momento em que a mídia hegemônica, identificada pelos movimentos sociais como o PIG (Partido da Imprensa Golpista), tenta mais uma vez desqualificar o governo da nova Presidenta, enfatiza que o objetivo final é derrotar o projeto transformador liderado pela presidenta Dilma no momento em que ela lidera com êxito a defesa do Brasil ante os efeitos danosos da crise capitalista mundial. Elza,lembra que neste mesmo mês os movimentos feministas realizaram ações de solidariedade à Ministra Iriny Lopes da Secretaria de Políticas para as Mulheres pela coragem e destemor nos posicionamentos em defesa das mulheres trabalhadoras brasileiras e no enfrentamento das propagandas que veiculam mulheres estereotipadas e coisificadas pela ideologia dominante.
Inicialmente a coordenadora lembra que as mulheres brasileiras saíram às ruas massivamente, ao longo do século XX, em favor de igualdade de direitos e conquista da cidadania plena. A luta era por visibilidade e reconhecimento da mulher como sujeito político. Estava posta a necessidade de problematizar as questões femininas a partir de uma lógica que pudesse historicizar a origem da propriedade privada, da desigualdade entre os sexos, tendo como esteio a divisão sexual do trabalho e o aprofundamento das desigualdades com o advento do capitalismo.
Destaca ainda que o local onde se intensificavam as desigualdades e a subordinação feminina, a esfera privada surgiu como conceito na Antiguidade Clássica, na vigência da cultuada “democracia grega”, onde o acesso à pólis só era permitido aos cidadãos de direitos, ou seja, os homens. A noção de liberdade estava condicionada à vivência no espaço público.
Mas a luta do movimento feminista, que é inovador, contestador saiu do contexto privado e para tanto, as lutas colocadas ao longo do século XX, que destaca, “o pessoal é público”, “o corpo nos pertence”, “que ama não mata, não humilha, não maltrata”, slogans que identificaram a mulher como sujeito político, vem transformando a vida das mulheres.
No entanto, outras lutas foram marcadas pelo movimento segundo Elza, ao lembrar da luta contra a violência dos meios de comunicação. A violência simbólica que segundo ela, a mulher (e por extensão o seu corpo – assim fragmentados) está presente nas propagandas para ser “consumida” assim como a cerveja. É necessário um discurso político eficaz sobre os usos do corpo feminino pela mídia, pois, ao fragmentar a mulher, dando evidencia somente a algumas partes do seu corpo, ela não se constitui enquanto sujeito. O corpo está sendo utilizado de forma “avulsa”, não sendo analisado as conseqüências políticas que esse uso pode trazer. Para a coordenadora nacional é preciso combater a violência simbólica, repudiando o pensamento patriarcal da mulher objeto, da mulher coisificada e da mulher mercadoria.
Para tanto, cita o filósofo e militante italiano, Antonio Gramsci e seu trabalho sobre os intelectuais e a importância dos aparelhos privados de hegemonia na estratégia revolucionária trouxeram inegáveis contribuições aos estudos da comunicação. Nessa linha de estudo, a mídia é vista como um dos principais veículos de construção hegemônica possuindo um papel de destaque na formação de representações, condutas e valores. Ao aparecer como aparelho privado de hegemonia os meios de comunicação se tornam um espaço de luta política fundamental na disputa pela direção moral e intelectual da sociedade. E, para ela, não há como pensar a prática educativa sem estudar o poder dos Meios de Comunicação na formação de valores e comportamentos criando condições para a transformação social e a busca de novo universo simbólico. Elza, lembra do papel revolucionário que a educação pode jogar e para tanto destaca a importância dos educadores e educadoras no processo de luta de uma nova ordem societária. Ao finalizar solicita o apoio para a luta dos movimentos sociais e feministas para a luta pela mudança do sistema midiático em nosso país de forma a garantir a liberdade de expressão e o direito à comunicação de todos e todas - e não apenas daqueles que detêm o poder político ou econômico e a propriedade dos meios de comunicação em massa – queremos afirmar a importância da adoção de medidas de regulação democrática pelo Estado sobre a estrutura do sistema de comunicações, a propriedade dos meios e os conteúdos veiculados, de forma que estes observem estritamente os princípios constitucionais do respeito aos direitos humanos e à diversidade de gênero, étnico-racial e de orientação sexual.
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